sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Caldo de Cana














E os meus olhos não desgrudavam do relógio.A ansiedade misturada ao sentimento de euforia coexistia dentro de mim. Era um cotidiano único!
16:55.Preparem as jarras,separem as moedas: vamos compara caldo de cana.Caldo de cana na jarra.
Não sei pexplicar ao certo o inicio desta tradição,só sei que eu adorava quanod dava cinco horas .Dobrava a rua e, sob o frescor do banho,dirigia-me ao seu fim;enfrentava até fila para encher os jarros do delicioso caldo.
Todas as cinco da tarde era uma alegria.Eu amava o fim do dia. Amava a r rotina.
Lembro-me só uma vez que esta constância foi ameçada: minha vó estava sem dinheiro e minha mãe,por sua vez,havia saído e também não deixar nehuma quantia.Não perdi tempo. Procurei dentre minhas idéias travessa, uma solução.Pensei,pensei e, ao olhar um saco transparente no chão o insight.Vamos vender geladinho?lanço eu, o desafio a minha prima(parceria de travessuras). Mas ,geladinho de que?Mal sabíamos lavar os pratos!Quanto mais fazer suco.Suco? Que suco?Vamos fazer geladiNho de água!
A principio houve resitência por prate dela, mas, logo depois apoio o empreendimento secreto-preferi deixar minha vó à parte. Não é que deu certo?Conseguimos o dinheiro e "eliminamos a ameaça".Cinco Horas: caldo de cana.
A descoberta do manjar deve- se a minha vó: sempre buscava um "menu" diversificado para as nossas merendas." Menu" bom e barato.Uma simples troca de informações com a vizinha e pronto;feita a descoberta do caldo de cana na jarra no fim da rua do Cambuí.
A engenhoca era comum a qualquer máquina de fazer caldo de cana. Acredito que a preferência não estava somente no sabor e sim no prazer do momento de se ter o sabor.O sabor do caldo de cana na jarra era doce,era comunhão,era paz.Refrigério no lar e no estômago é claro.O momento da merenda do fim da tarde era um verdadeiro deleite!
Em meio aso diálogos corriqueiros,passadas de doces,pãos e embutidos sobre a mesa,estava lá o caldo;completando o momento único e cotidiano da ceia quase crepuscular.
Momento breves e gloriosos foram aqueles.Após completar-se um mês e meio , o caldo de cana na jarra se foi.Regressamos à nossa casa original.merenda de fim de tarde,nunca mais.Só lembranças.A merenda é jantar e nem sempre todos estam presentes...crescemos.
Contudo é impossível se desvincular do sabor doce. Ainda tomo caldo de cana.Virou um vício.Talvez, para satisfazer um desejo circunstancial ou, em memória de um tempo bom, doce e fresco;um dos melhores tempos de minha infância.

4 comentários:

Nelmara Guedes disse...

Pow, emocionei...
Mtu massa, Maiana...Depois diz q nao consegue escrever liricamente, isso e quase um poema, Mirella ver isso nao vai se dá.
hauhauaha

Anônimo disse...

Descritivo à flor da pele. Transporta-nos para a narrativa. Fotografa as cenas com palavras.

Anny disse...

Maiana:
Lembranças de infância são assim. Acompanha-nos a vida inteira. Esta com sabor de caldo de cana, que delícia! Guarde-a em lugar especial, que ela merece.
Parabéns pelo texto!


*Obrigada pelo comentário e pela visita.
Beijos.
Anny.

Anônimo disse...

ai...
senti um gostinho de IMPaCTO aqui...